Hoje partilhamos uma entrevista com a nossa atleta de powerlifting. Daniela Dias, 33 anos, natural de Arreciadas.
O powerlifting é uma competição de força que inclui três exercícios: o agachamento, o supino e o peso morto.
Os atletas têm direito a três tentativas em cada um destes exercícios para levantar a maior carga possível, sendo que o vencedor será quem tiver o maior somatório na sua categoria.
Apaixonada pela adrenalina deste desporto, a Daniela já ganhou várias medalhas a nível nacional e recentemente conquistou a medalha de bronze no World Championships de Powerlifting.
Desde já agradecemos a disponibilidade da atleta para partilhar um pouco da sua história com toda a comunidade Zumub.
Z: Como surgiu o Powerlifting na tua vida?
D.D.: O powerlifting surgiu através do meu treinador na época, que me deu a conhecer a modalidade e desafiou a ir a competição.
Z: Tens alguém que te inspire? Se sim, porquê?
D.D.: Com as redes sociais é fácil encontrar inspirações! Mas nomeando uma só pessoa, a Stephenie Sanzo. Treinos também focados no powerlifting e powerbuilding, combinando o trabalho de força e estética. Gosto bastante de a acompanhar.
Z: Tendo em conta o desporto que praticas, como é a tua alimentação e suplementação? É algo importante para o teu desempenho?
D.D.: Em tempos não dava tanta importância se o tipo de alimentação iria influenciar a performance, mesmo tendo sempre uma alimentação com escolhas mais saudáveis. Atualmente sigo um plano alimentar, com macros calculadas, e sim, faz toda a diferença! A nível de suplementação… nunca pode faltar Whey! , uso também probioticos, vitaminas, quando é necessária energia extra cafeína, creatina é também um suplemento excelente.
Z: Como é a rotina de uma powerlifter que representa Portugal? Conta-nos um pouco.
D.D.: Rotina é sempre muito corrida! Tempo é sempre curto. É impossível ser atleta de profissão, então em primeiro lugar vem o trabalho. Depois, é fazer os “sacrifícios” e escolhas, dizer não a muitas coisas para fazer aquilo que adoro.
Z: Atualmente, qual é o teu principal objetivo em termos profissionais? E o teu maior sonho?
D.D.: O objetivo será sempre o mesmo, ser melhor! Nunca vou a competição a pensar na classificação, vou sempre com o objectivo de fazer melhores resultados que na prova anterior. Superação pessoal deixa-me super realizada. Sonhos… Adorava conseguir viver do desporto e ter um lugar de destaque no powerlifting. Competir fora do país.
Z: O que mais te fascina no Powerlifting?
D.D.: A adrenalina. A superação. O apoio dos atletas, no powerlifting todos torcem uns pelos outros mesmo quando estão a competir diretamente, não existe a rivalidade que se vê noutros desportos.
Z: Para ti, qual é a maior dificuldade que encontras neste desporto?
D.D.: A maior dificuldade é a falta de apoios, sai tudo do bolso do atleta. Não há retorno, sacrifícios são feitos por paixão. Depois a gestão de tempo, não é fácil conciliar rotinas, trabalho, treinos, alimentação, descanso, vida pessoal…
Z: Qual é a tua opinião sobre o desenvolvimento do Powerlifting em Portugal?
D.D.: O powerlifting tem crescido cada vez mais em Portugal. Já há mais gente a conhecer, a seguir e a praticar a modalidade. Recentemente começou a ser transmitido também na TV , nos canais de desporto. Espero que continue a crescer ainda mais.
Z: No campeonato nacional já obtiveste várias medalhas. Existe alguma que guardes com um carinho especial? Se sim, qual e porquê?
D.D.: Humm… não tinha pensado nisso! Mas posso considerar a medalha de 2020, não pelo 1° lugar, mas porque após o campeonato nacional de 2019 decidi baixar a minha categoria de peso e consegui então em 2020 ter melhores resultados e melhores marcas pessoais mesmo baixando o peso.
Z: Este ano conquistaste a medalha de bronze no World Championships de Powerlifting. Como te sentiste ao trazer uma medalha para Portugal?
D.D.: É fantástico ficar com registos no powerlifting de Portugal. Mas é sempre a superação pessoal que tem destaque. Esta preparação não foi de todo fácil e no final, para o que foi ou não foi feito, foi um resultado muito positivo para mim.
Z: Durante a tua carreira, existiu algum momento em que ponderaste desistir deste desporto? Se sim, porquê?
D.D.: Várias vezes! Há sempre fases muito negativas. Uma preparação não corre sempre bem, as falhas, o estagnar, os fatores externos… A parte mental é muito importante, principalmente a nível de competição, por vezes não é fácil controlar todo o stress, mas logo volta o foco no objectivo.
Z: Qual o principal conselho que darias a uma pessoa que está a iniciar neste desporto?
D.D.: Para quem quer iniciar foco na técnica, primeiro técnica depois cargas, não querer dar o passo maior que a perna! E depois paciência, muita paciência! Quando os resultados começam a estagnar é não desistir, continuar a insistir e o resultado virá.